quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Desejos 1

Queria ser uma dessas poetisas que escrevem com o coração, deixar tudo fluir sem a menor preocupação, uns ajustes aqui outros acolá. Porém sou uma vestibulanda e a minha visão de mundo, ainda que utopicamente falando - escrevendo - é mais centrada para a ciência, a arte do exato, a arte do presente e a trasmissão para um ouvinte. Não escrevo com o coração e nem com a cabeça. Os dedos correm pelas  teclas do teclado e fazem um certo barulho - uma mistura entre o irritante e o gostoso -; um barulho diferente de quem escreve poesias. Não é calmo, pensado; é rápido, vomitado, como tudo no mundo globalizado. Talvez seja esse motivo pelo qual não optei por letras, ou quem sabe não seja esse meu estilo de vida paulistano: corrido, caótico, com tempo indefinido, onde tudo acontece e ninguém nunca dorme - o que é um fato, visto que são 01:46 da manhã. A exatidão das palavras de uma - futura - jornalista é assim. Rápida e de fácil compreensão, sem metafóras e nenhuma outra figura de linguagem. Mas quem sabe, como mais outonos vividos eu consiga escrever com o coração? Quem sabe a mistura dos anos vividos com a experiência das pautas publicadas possa me ajudar?